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A biografia íntima de Leopoldina

LeopoldinaNas aulas de história nem sempre conseguimos aprender todo o contexto de determinado acontecimento e não conhecemos a fundo alguns personagens de certa relevância. A Independência do Brasil de Portugal, por exemplo, representou um grande momento para o nosso país e a atuação de Dom Pedro I e José Bonifácio recebem os seus devidos destaques nos livros e aulas. Porém, pouco se fala do papel importante da então princesa Leopoldina neste processo.

Em A biografia íntima de Leopoldina, de Marsilio Cassotti, temos a oportunidade de conhecer melhor esta personagem. Por meio de cartas e registros históricos, o autor traça a vida da arquiduquesa austríaca, desde a sua infância na Europa até a morte no Brasil.

Oriunda da importante Casa dos Habsburgo, Leopoldina cresceu na Áustria em meio a um turbilhão político. Sua tia-avó era Maria Antonieta, imperatriz da França que teve a cabeça decepada pela guilhotina na Revolução Francesa, e sua irmã mais próxima e confidente, Maria Luísa, casou-se com Napoleão Bonaparte.

Os registros de sua infância e adolescência retratam uma garota educada de forma tradicional, porém com explosões de temperamento difíceis de lidar – o que poderia ser um problema para uma mulher que assumisse uma posição importante. Outro assunto comum quando se trata de Leopoldina é a sua aparência física desleixada para os nobres padrões da época e sua silhueta avantajada.

Ao receber a notícia de que iria se casar com o filho primogênito do imperador de Portugal, a arquiduquesa demonstrou grande felicidade, mesmo sob a condição de que iria viver no Brasil, muito longe da Europa e “selvagem” para alguns.

Mesmo apaixonada e devota a Pedro, nos anos Leopoldina sofreu calada com a teimosia e os conhecidos casos extraconjugais do marido. Diferentemente de sua imagem pública polida e comportada, em suas cartas pessoais trocadas com confidentes, a austríaca sempre externava a sua insatisfação com o comportamento do marido e a tristeza de viver em um local tão longe de casa e dos entes queridos.

Contundo, Leopoldina manteve-se fiel aos ideais aos seus aprendizados e tornou-se uma grande articuladora da política brasileira nos bastidores. Auxiliou Pedro no combate às insurreições que visavam separar o país, já que muita gente queria sair da soberania portuguesa, e teve papel fundamental quando o marido foi a São Paulo acalmar os ânimos e acabou declarando a Independência, em 1822.

 A obra é ótima para os amantes de história. Com uma narrativa leve, porém complexa – devido à quantidade excessiva de nomes e títulos de nobreza –, é possível ter um retrato bem fiel da personalidade desta nobre austríaca que exerceu um papel fundamental na história no Brasil.

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1889

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*Colaboração especial de Abrahão de Oliveira

O terceiro e último livro da trilogia histórica escrita por Laurentino Gomes traz um relato minucioso e muito adjetivado (falaremos mais adiante sobre o tema) sobre um dos períodos mais emblemáticos do Brasil: o fim da Monarquia, a abolição da escravidão no país e a proclamação da república.

Durante as 380 páginas do livro é possível viajar pelos mais curiosos acontecimentos desse período, entender como os militares brasileiros se revoltaram com Dom Pedro II e, de uma maneira confusa, organizaram o golpe que derrubou a Monarquia mais antiga das Américas.

Nomes famosos como Benjamin Constant e Quintino Bocaiúva são personagens presentes durante todo o processo de planejamento e instalação da República. Por outro lado, Laurentino tem a sensibilidade de destacar os pontos fortes do imperador brasileiro, mostrando, inclusive, a sua atuação para que o telefone fosse descoberto em uma feira de inventos nos Estados Unidos.

O autor tem um jeito diferente de escrever suas obras. Mais do que um relatório chato e sem emoção, ele, por meio de seus adjetivos, consegue prender a atenção do leitor e torna a história uma ciência de fácil acesso aos que têm pouco conhecimento sobre o assunto.

Estas pessoas podem ficar tranquilas: de uma maneira didática, simples e divertida, Laurentino Gomes dá uma boa explicada no contexto e em cada detalhe dos períodos de suas obras. Aos amantes de história, a leitura de 1889 é indispensável. Pode não ser o registro “definitivo”, mas, certamente, é um bom começo para entender, pesquisar e conhecer ainda mais esse importante período da história do Brasil.

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